O Planejamento Estratégico Reverso (PER) já é aplicado em diversas áreas, mas ainda é pouco explorado no mundo corporativo. Diferente do planejamento tradicional, o PER parte do futuro para o presente, antecipando a execução de estratégias de longo prazo.
- Construção de Cenários Futuros
A primeira etapa envolve pesquisas internas e externas para mapear cenários prováveis para 2035. Não basta analisar apenas seu setor; é essencial compreender tendências tecnológicas, econômicas, políticas, sociais e de consumo. O conhecimento de geopolítica é um pré-requisito.
- Definição de Recursos e Cronograma
Com os cenários futuros definidos, a equipe deve identificar os recursos necessários para atingir os objetivos de 2035. Isso inclui equipe qualificada, tecnologia e parcerias estratégicas. Após elaborar um cronograma linear, revise-o de trás para frente para antecipar os objetivos e ações.
O PER exige a substituição da mentalidade linear pela exponencial. O mercado não evolui mais em pequenos passos, mas em avanços disruptivo. Adaptar-se a essa nova dinâmica é essencial para a competitividade.
- Antecipação de Ações Estratégicas
Se já sabemos que as empresas utilizarão robôs e automação em 2025, por que não começar agora? Se sua estratégia prevê expansão para a Ásia, faz sentido buscar parcerias desde já. O desafio não é a falta de recursos financeiros, mas a resistência à mudança.
Empresas inovadoras incentivam uma cultura de adaptação e pensamento fora da caixa. Seu setor não é mais sua única referência — agora, a concorrência é global. Se sua equipe não pensa assim, você tem um sério problema.
Hélio Mendes – Palestrante, consultor empresarial e político, autor dos livros Planejamento Estratégico Reverso e Gestão Reversa. Possui formação como Conselheiro pelo IBGC e atuou como Secretário de Planejamento e Meio Ambiente em Uberlândia/MG.