Para as gerações que nasceram antes da internet, é natural enxergar as mudanças por meio de lentes do passado. Isso não é um erro, mas evidencia a diferença entre gerações. Os mais jovens, por exemplo, não precisam de manuais ao trocar de computador ou configurar uma nova TV, pois possuem um modelo mental mais intuitivo.
O grande desafio para quem ainda utiliza essas lentes antigas é a transição de uma mentalidade linear para uma exponencial. Isso exige uma mudança de modelo mental, um processo desafiador. Não há problema em ser da geração analógica, mas ignorar as transformações e resistir à adaptação pode ser um entrave ao progresso.
Em um mundo globalizado, conectado e repleto de incertezas, não basta que as empresas adquiram as melhores tecnologias, contratem consultores renomados ou invistam em especializações internacionais. Sem uma mudança de mentalidade, será difícil construir uma posição estratégica sustentável, tanto no âmbito pessoal quanto empresarial.
Para manter a competitividade, as empresas precisam atualizar suas tecnologias constantemente e, sobretudo, incentivar seus gestores a evoluírem seu modelo mental. A diversidade geracional dentro das organizações deve ser valorizada, promovendo uma visão sistêmica e global. O foco deve estar no contexto e na cultura reversa, em vez de um controle rígido e inflexível.
Hélio Mendes é autor de “Planejamento Estratégico Reverso”, “Gestão Reversa” e “Marketing Político Ético”. Ele é consultor, ex-secretário de planejamento e meio ambiente em Uberlândia/MG e membro do Instituto SAGRES em Brasília.