Em um mundo cada vez mais globalizado e repleto de incertezas, muitas empresas ainda se apoiam exclusivamente na experiência de seus gestores, sem adotar uma metodologia gerencial estruturada. Essa prática limita a exploração do potencial organizacional e, em momentos de crise, expõe as empresas a riscos significativos. A gestão baseada apenas na experiência tende a atuar de forma reativa, resolvendo problemas de curto prazo sob a aparência de um planejamento estratégico, cujo horizonte raramente ultrapassa um ano.
Uma visão centralizada em um único líder pode até funcionar em setores de baixa concorrência e profissionalismo limitado, mas está longe de garantir competitividade global. Para alcançar um desempenho sustentável, as empresas precisam de uma metodologia de gestão ancorada na cultura organizacional e em um planejamento estratégico reverso. Essa abordagem estabelece objetivos claros, metas pragmáticas e indicadores de desempenho capazes de medir resultados internos e externos.
Algumas organizações avançadas vão além, desenvolvendo áreas de inteligência competitiva para monitorar o macroambiente, identificar pontos de inflexão, oportunidades e ameaças. Sem essa visão estratégica, nem o Conselho de Administração nem a equipe executiva terão clareza sobre o caminho a seguir.
Diante das transformações econômicas e sociais, especialmente em nosso país, as empresas precisam revisar seus modelos de gestão. É fundamental adotar metodologias sólidas que transcendam a experiência individual dos gestores e sistemas operacionais engessados, focando tanto na eficiência quanto na eficácia. A combinação de uma metodologia de gestão robusta e uma área de inteligência competitiva é essencial para alcançar resultados consistentes em um mercado global cada vez mais dinâmico.
Hélio Mendes é autor de “Planejamento Estratégico Reverso” e “Marketing Político Ético”. Ele é consultor, ex-secretário de planejamento e meio ambiente em Uberlândia/MG e membro do Instituto SAGRES em Brasília.