Previsão de cenários nunca foi tarefa fácil e torna-se cada vez mais complexa. Se é difícil prever se seu time será campeão, imagine realizar essa tarefa dentro do mundo dos negócios, no qual existem mais variáveis!… Entretanto, pior do que não tentar é não fazer previsões, porque elas são base para planejar as nossas corporações. O que gurus e executivos das grandes organizações consideram ser impossível, é inevitável, porque irá acontecer: essa é nova realidade.
Prever o futuro é prática antiga, indo de videntes a modelos matemáticos. Mas a experiência, a intuição e o feeling de quem está à frente dos negócios, somados a números, possibilitam-nos criar cenários. E, para não ter surpresas desagradáveis, é necessário dividir o poder dentro das organizações: preparar não apenas a equipe gerencial, mas todos os envolvidos, para monitorar cenários, capacitando-os a trabalhar com alto grau de incerteza e dualidade.
Muitos empresários e executivos ainda insistem em manter o modelo da pirâmide, cuja estrutura é formada em vários níveis e com uma cadeia de comando rígida, na qual existem os que pensam, os que gerenciam e os que executam. Isso funcionou muito bem quando poucos tinham acesso à informação. Porém, o contexto não é mais assim: temos aprendido muito, por exemplo, com o guarda da guarita, local por onde todos entram e saem. Dispensar o conhecimento dele e focar somente elementos como as redes…. sociais é agora um grande erro.
O uso de cenários cresceu como base na elaboração dos planejamentos estratégicos por volta de 1988 e esse tipo de planejamento ainda continua como principal ferramenta corporativa, em razão da simplicidade e da flexibilidade de se elaborá-lo e atualizá-lo. Também, pelo fato de ser responsável pela definição da estratégia da empresa e por orientar as demais atividades, assim como aceitar novos conceitos da Administração. A única dificuldade é que usar um planejamento estratégico baseado em cenários cria a possibilidade de mudanças – o que todos querem para os outros, mas não para si.
Já no final do século XX, a palavra “mudança” se destacava em todas as atividades, pois até as terras mais férteis exigem preparo, adubo e melhor tecnologia para produzir. Acreditamos que os próximos anos serão de oportunidades para os que tiverem uma leitura razoável de cenários e tomarem as decisões certas no tempo certo.
Hélio Mendes – Professor e consultor de Planejamento Estratégico e Gestão Quântica nas áreas privada e pública
