Se você quer bons resultados e rentabilidade, esses dois fatores dependem de produtividade – e esta, das equipes. Não basta planejar, se não houver uma equipe. Temos bons exemplos nos esportes: os diretores e os gerentes são os dirigentes e treinadores de várias equipes. Muitas empresas têm bons profissionais na área de recursos humanos, mas nem sempre essas pessoas são ouvidas como deviam.
As empresas têm muito que aprender com as boas equipes esportivas: como formar times, como premiar, “vestir e suar a camisa” e, se não acontecer o gol, saber que se está fora do time. Para jogar apenas 90 minutos, treinam – e treinam muito. Parte significativa das organizações não tem programa de capacitação e, quando acontece, quase sempre não são customizados, além de tais ações serem consideradas ainda como despesas, não como investimento.
Não podemos separar em momento algum a gestão da execução. Quando se planeja algo, já é necessário visualizar a execução, o que torna indispensável sincronizar as equipes gerenciais com as operacionais. Cabe aqui uma comparação: “Michelangelo não esculpia o mármore, mas libertava um ser que estava aprisionado no interior da rocha”. Ou seja, a maioria das empresas não têm equipes, mas grupos malformados que não participam do planejamento, recebem treinamento sem relação com a estratégia, são mármores que precisam ser libertados.
Nesses mais de 30 anos como consultor, tendo como clientes médias e grandes organizações, em poucas encontrei equipes de excelência. Na maioria há grupos, não equipes. Sobrevivem porque o setor tem o mesmo padrão cultural, mas não têm envergadura para enfrentar concorrentes de padrão elevado, o que explica a posição do Brasil no 71º lugar do ranking global de competitividade. Se as empresas não mudarem o modelo de grupo para o de equipe de excelência, não terão chance de competir em um mundo globalizado.
Hélio Mendes
Consultor de Estratégia e Gestão, professor da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, com curso de Negociação pela University of Michigan, Gestão Estratégica pela University of Copenhagen e Fundamentos Estratégicos pela University of Virginia.
