“A fusão entre Honda e Nissan está prevista para ser finalizada até 2026. A aliança tem como objetivo enfrentar a concorrência das montadoras chinesas e atender à crescente demanda por eletrificação no setor. A fusão poderá incluir também a Mitsubishi Motors”.
O aumento do número de demissões em massa em diversos setores, com o objetivo de reestruturação organizacional, é outro alerta importante para as cooperativas nacionais. Os modelos existentes podem não atender mais às exigências atuais.
Não há dúvidas de que o agronegócio nacional ganhará ainda mais relevância nos próximos anos, o que representa uma oportunidade. No entanto, por que consideramos que as fusões e o aumento das reestruturações são um alerta para as cooperativas? Porque todo setor de alta rentabilidade também apresenta grande atratividade, o que tende a levar à concentração de mercado. Esse movimento é agravado pelas novas tecnologias, que, apesar de facilitarem muitos processos, exigem um novo perfil de funcionários e uma gestão mais profissional, desde os conselhos até o chão de armazém.
Outro fator é que, quando se trata de commodities, há uma exigência natural de escala. As grandes organizações conseguem atender a essa necessidade com mais facilidade, o que pode levar à concentração no setor. Para se manterem competitivas nos mercados globais, as cooperativas precisarão se adaptar.
As cooperativas representam a única opção viável para pequenos e médios produtores, e até mesmo para os grandes, quando o objetivo é atender às grandes cadeias produtivas. Contudo, será necessário rever seus modelos de atuação, como já ocorre em diversos setores, o que exigirá uma significativa mudança de cultura.
Hélio Mendes é autor de “Planejamento Estratégico Reverso” e “Marketing Político Ético”. Ele é consultor, ex-secretário de planejamento e meio ambiente em Uberlândia/MG e membro do Instituto SAGRES em Brasília.