O Jornal Valor Econômico do dia 6/11 traz matéria cujo conteúdo diz: “Cresce a interferência dos Conselhos de Administração na gestão, dizem CEOs”.
Fui, durante mais de 10 anos, consultor de Planejamento Estratégico da Braspelco, a maior empresa de couro do País nos anos ‘90, e no final atuei como conselheiro. Para ocupar o cargo, fiz um curso no Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC, em São Paulo.
O tema dessa matéria me remeteu à experiência que vivemos. Os proprietários tiveram uma visão inovadora, a de não manter o conselho no alto do pedestal, e contrataram conselheiros profissionais, prática que está sendo cobrada nesta matéria. Os conselheiros tinham como maior responsabilidade contribuir nos assuntos estratégicos e para que os investimentos fossem alinhados com a visão estratégica da empresa.
O que está sendo sugerido na matéria, naquele momento foi prática normal: os conselheiros da Braspelco não tinham relação estreita apenas com o primeiro escalão, mas com todos os níveis da empresa, o que permitiu um intercâmbio de cultura permanente, considerando que, dos quatro membros, três eram externos e de outros setores.
Os atributos mais importantes dos conselhos têm sido gerar confiança e conhecer o seu setor, mas a dinâmica dos mercados mudou. Confiança e visão setorial não são mais o suficiente: é necessário serem estrategistas e serem avaliados, porque são os responsáveis pelas principais decisões do negócio.
Hélio Mendes – Autor de Planejamento Estratégico Reverso e Marketing Político Ético, consultor de empresas, foi secretário na área de Planejamento e Meio Ambiente da cidade de Uberlândia/MG. Palestrante em cursos de pós-graduação e da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra – ADESG. Membro do Instituto SAGRES – Política e Gestão Estratégica Aplicadas, de Brasília.